Hoje não é um dia como os outros
não vejo o sol nem vejo nuvens
não há chuva nem há trovões
o vento não passa e as aves não cantam.
Meu coração não está triste nem alegre
eu não canto nem me calo
não vejo, mas não estou cego
neste dia estranho que é hoje.
Talvez seja a vida que vai passando
talvez os anos caminhando
e a sensação de que tudo é nada
que a vida é só um "por quê?"
Hoje é um dia estranho
sem crianças, sem velhos, sem namorados
um dia cinza e transparente
um dia como nunca vira antes.
quinta-feira, novembro 23, 2006
sexta-feira, agosto 04, 2006
outonos
outonos, primaveras, teu amor deveras
me enche de paz e me mata
me escraviza, me fascina - é tudo
são folhas que caem avermelhadas
e ocasos queimando o céu;
o que sinto é simples, o que sei é fel,
o que sonho são devaneios
e você... ah, você!
o frio - não é no corpo, nem na alma
é uma chama gelada de época passada
é frio que queima e mata
o frio - o frio não é nada!
mas os outonos são tudo
são você, sou eu, assim, à lareira
com os pés no rio, sentados na colina ao amanhecer
meus outonos de folhas vermelhas são você.
me enche de paz e me mata
me escraviza, me fascina - é tudo
são folhas que caem avermelhadas
e ocasos queimando o céu;
o que sinto é simples, o que sei é fel,
o que sonho são devaneios
e você... ah, você!
o frio - não é no corpo, nem na alma
é uma chama gelada de época passada
é frio que queima e mata
o frio - o frio não é nada!
mas os outonos são tudo
são você, sou eu, assim, à lareira
com os pés no rio, sentados na colina ao amanhecer
meus outonos de folhas vermelhas são você.
terça-feira, abril 11, 2006
Suspiros
Eu sou a folha nua, despida
À qual o vento tortura;
Sou as ervas do campo
- indesejadas
Às quais ninguém procura.
Vês as aves no céu?
- em breve perderão as asas!
Ouves os pássaros nos ninhos?
- abandonarão seu canto!
Eu sou a tristeza, sou a dor
De quem veio ao mundo
Pra te ver, e não teve seu amor;
Sou o proscrito, o imundo;
Sou o pranto, o rejeitado, o dissabor.
Sou as horas sombrias, geladas,
As noites de frio e os desertos;
Sou as cidades abatidas, saqueadas,
E a desesperança de quem perdeu a fé.
Eu sou o luto e a dor da perda
De alguém que nunca tive.
Eu sou a folha nua, despida
À qual o vento tortura;
Sou as ervas do campo
- indesejadas
Às quais ninguém procura.
Vês as aves no céu?
- em breve perderão as asas!
Ouves os pássaros nos ninhos?
- abandonarão seu canto!
Eu sou a tristeza, sou a dor
De quem veio ao mundo
Pra te ver, e não teve seu amor;
Sou o proscrito, o imundo;
Sou o pranto, o rejeitado, o dissabor.
Sou as horas sombrias, geladas,
As noites de frio e os desertos;
Sou as cidades abatidas, saqueadas,
E a desesperança de quem perdeu a fé.
Eu sou o luto e a dor da perda
De alguém que nunca tive.
domingo, abril 09, 2006
D..... N....
A ti
Cujo rosto não vejo
Cujos olhos não olho
Cujos lábios não beijo
Cujas mãos não toco
De quem não sinto o perfume.
A ti
Cujo lindo semblante
Preciso de ver;
De quem sou amante
Sem ter um porquê
E nem mesmo um instante
Que me faça rever
Os doces momentos na memória.
A ti
A quem tanto desejo
Por quem tanto suspiro
Por cuja causa me perco
Por quem desatino
De quem sou um brinquedo
Jogado ao canto.
A ti
Cujo nome ouve o anoitecer
Nos meus sussurros ao ventos
Por quem sonho, de quem espero mercê
Mas só recebo momentos
De solidão.
A ti
Que me esqueces, t’escondes, desapareces
E me entregas ao vale da escuridão;
Por quem faço minhas preces
Meus votos, e cada ardente oração;
A ti – somente a ti - dedico esses versos.
A ti
Cujo rosto não vejo
Cujos olhos não olho
Cujos lábios não beijo
Cujas mãos não toco
De quem não sinto o perfume.
A ti
Cujo lindo semblante
Preciso de ver;
De quem sou amante
Sem ter um porquê
E nem mesmo um instante
Que me faça rever
Os doces momentos na memória.
A ti
A quem tanto desejo
Por quem tanto suspiro
Por cuja causa me perco
Por quem desatino
De quem sou um brinquedo
Jogado ao canto.
A ti
Cujo nome ouve o anoitecer
Nos meus sussurros ao ventos
Por quem sonho, de quem espero mercê
Mas só recebo momentos
De solidão.
A ti
Que me esqueces, t’escondes, desapareces
E me entregas ao vale da escuridão;
Por quem faço minhas preces
Meus votos, e cada ardente oração;
A ti – somente a ti - dedico esses versos.
sexta-feira, abril 07, 2006
Impossível
Ah! Eu queria ser como o vento
Que passa, corre pelo espaço imenso
E ninguém consegue deter!
Queria ser como a tempestade
E enegrecer o céu todas as tardes
Pra que você sentisse falta do sol.
E quando negro se tornasse seu arrebol,
Queria ser a enfeitar seu céu a luz escarlate,
Depois as estrelas pra não lhe deixar só
E do espaço distante poder lhe observar
sempre, velar por você a cada instante
Cobrir seu universo com um lençol rutilante
E ter seus olhos a me contemplar.
Mas ai de mim que não sou vento,
Não sou estrela, não sou luz!
Só tenho o malvado tempo que reduz
Minha vida, minhas lágrimas e alegrias
A um monte de escombros e pó.
Ah! Se eu fosse o vento
Correria ao seu encontro agora
Abraçaria seu corpo e carinhosa
Seria cada palavra em seus ouvidos,
Suave seria cada toque em seu rosto,
Assim acabaria a tristeza e o desgosto
Que me enchem o ser.
Ah! Se eu fosse o vento!
Ah! Eu queria ser como o vento
Que passa, corre pelo espaço imenso
E ninguém consegue deter!
Queria ser como a tempestade
E enegrecer o céu todas as tardes
Pra que você sentisse falta do sol.
E quando negro se tornasse seu arrebol,
Queria ser a enfeitar seu céu a luz escarlate,
Depois as estrelas pra não lhe deixar só
E do espaço distante poder lhe observar
sempre, velar por você a cada instante
Cobrir seu universo com um lençol rutilante
E ter seus olhos a me contemplar.
Mas ai de mim que não sou vento,
Não sou estrela, não sou luz!
Só tenho o malvado tempo que reduz
Minha vida, minhas lágrimas e alegrias
A um monte de escombros e pó.
Ah! Se eu fosse o vento
Correria ao seu encontro agora
Abraçaria seu corpo e carinhosa
Seria cada palavra em seus ouvidos,
Suave seria cada toque em seu rosto,
Assim acabaria a tristeza e o desgosto
Que me enchem o ser.
Ah! Se eu fosse o vento!
terça-feira, abril 04, 2006
Ave Errante
Vivo de vento
- com a cabeça no ar
Vivo de vento
- Não tenho pousar.
Sou dente-de-leão,
Sou ave errante,
Procuro um coração
Que está sempre distante.
Se acho copas - se desfolham;
Se encontro ninhos - se desfazem;
As chuvas que me molham
São labaredas que me ardem.
Sou ave errante - não tenho paragens
Vivo de vento – forte ou suave
Errante, sempre errante,
Na solidão dos ares.
- com a cabeça no ar
Vivo de vento
- Não tenho pousar.
Sou dente-de-leão,
Sou ave errante,
Procuro um coração
Que está sempre distante.
Se acho copas - se desfolham;
Se encontro ninhos - se desfazem;
As chuvas que me molham
São labaredas que me ardem.
Sou ave errante - não tenho paragens
Vivo de vento – forte ou suave
Errante, sempre errante,
Na solidão dos ares.
domingo, abril 02, 2006
Um nome
Há um nome em meu coração
Um nome, meu Deus,
Queimando a minha alma –
Um nome que me angustia e acalma,
Que me sobe ao peito como uma oração.
Nos dias em que me entristeço,
Nas noites em que me foge o sono,
Nas horas que levam os ventos
E os meus dedos repassam o terço
Nesses sacros momentos
De sagrada meditação,
Quando eu, envolto em devota ilusão,
Me perco nas letras que o formam,
Vem-me ao peito esse nome
Que de tão puro
Meus lábios temem profanar.
Então tremente apenas sussurro
Como quem clama das trevas pela luz,
Como o beato desfeito perante o altar
Dos seus santos, seus anjos, seus êxtases, seus suspiros por Jesus.
Flamejantes, brilhantes como mil velas
Sonoros, sublimes, devotos como quem vela
O sono tranqüilo dum infante
Esses suspiros acalmam minh’alma errante
Pois sussurram um nome,
Um nome, meu Deus, qu’eu não posso revelar.
Há um nome em meu coração
Um nome, meu Deus,
Queimando a minha alma –
Um nome que me angustia e acalma,
Que me sobe ao peito como uma oração.
Nos dias em que me entristeço,
Nas noites em que me foge o sono,
Nas horas que levam os ventos
E os meus dedos repassam o terço
Nesses sacros momentos
De sagrada meditação,
Quando eu, envolto em devota ilusão,
Me perco nas letras que o formam,
Vem-me ao peito esse nome
Que de tão puro
Meus lábios temem profanar.
Então tremente apenas sussurro
Como quem clama das trevas pela luz,
Como o beato desfeito perante o altar
Dos seus santos, seus anjos, seus êxtases, seus suspiros por Jesus.
Flamejantes, brilhantes como mil velas
Sonoros, sublimes, devotos como quem vela
O sono tranqüilo dum infante
Esses suspiros acalmam minh’alma errante
Pois sussurram um nome,
Um nome, meu Deus, qu’eu não posso revelar.
sexta-feira, março 24, 2006
para D.....
Eu dormia e os meus sonhos eram só seus,
a presença ao meu lado
o toque em meus lábios
o calor em meu coração
- eu dormia e sonhava que era você.
Mas não, oh não!
era só o orvalho da manhã se dispersando pelo ar,
molhando as plantas, verdejando os pastos,
mas eu pensei que poderia ser você
- eu desejei que fosse você.
Era a chuva caindo que beijava meus lábios
e envolvia meu corpo trêmulo
- era só a chuva,
mas meu coração imaginava receber seu toque.
Queria que fosse você a me acordar ao raiar do dia
que fosse sua voz a despertar-me entre as folhas das árvores,
que fosse seu olhar a iluminar minhas tardes
e seu calor que aquecesse meu corpo frio da solidão noturna.
Mas foi apenas um sonho bom
que me trouxe de volta o som de sua risada
e a emoção de seu coração batendo contra o meu
foi um sonho, meu Deus, do qual eu não queria acordar
- pois eu dormia para que meus sonhos fossem só seus.
a presença ao meu lado
o toque em meus lábios
o calor em meu coração
- eu dormia e sonhava que era você.
Mas não, oh não!
era só o orvalho da manhã se dispersando pelo ar,
molhando as plantas, verdejando os pastos,
mas eu pensei que poderia ser você
- eu desejei que fosse você.
Era a chuva caindo que beijava meus lábios
e envolvia meu corpo trêmulo
- era só a chuva,
mas meu coração imaginava receber seu toque.
Queria que fosse você a me acordar ao raiar do dia
que fosse sua voz a despertar-me entre as folhas das árvores,
que fosse seu olhar a iluminar minhas tardes
e seu calor que aquecesse meu corpo frio da solidão noturna.
Mas foi apenas um sonho bom
que me trouxe de volta o som de sua risada
e a emoção de seu coração batendo contra o meu
foi um sonho, meu Deus, do qual eu não queria acordar
- pois eu dormia para que meus sonhos fossem só seus.
terça-feira, fevereiro 28, 2006
Adeus, vou partir.
Adeus, doce Charlotte,
Adeus, que já vou partir.
Serei embalado nos braços da morte,
Não verei mais teu santo sorrir.
Adeus, que a nau me chama
Balança teu branco lenço e derrama
As lágrimas que teus olhos vertem
Por não tocares mais a quem te ama.
Mas se lágrimas em teu rosto descem,
Não sejam para sempre!
Se murmúrios teus lábios tecem
Não sejam assaz descontentes!
Sim, porque parto para a outra banda
do mar - parto e não volto mais.
Mas tu estás aqui, tão linda – um anjo celeste.
Tão linda, tão risonha, tão cândida.
Vou partir, mas ficam das tardes
as lembranças de nossos beijos
ao crepúsculo, o soprar do vento,
e as palavras de amor, fica tudo, tudo.
Então não chores, meu bem
porque parto carregando a dor
que ninguém, ninguém mais temporque nunca souberam o que é te amar
Adeus, que já vou partir.
Serei embalado nos braços da morte,
Não verei mais teu santo sorrir.
Adeus, que a nau me chama
Balança teu branco lenço e derrama
As lágrimas que teus olhos vertem
Por não tocares mais a quem te ama.
Mas se lágrimas em teu rosto descem,
Não sejam para sempre!
Se murmúrios teus lábios tecem
Não sejam assaz descontentes!
Sim, porque parto para a outra banda
do mar - parto e não volto mais.
Mas tu estás aqui, tão linda – um anjo celeste.
Tão linda, tão risonha, tão cândida.
Vou partir, mas ficam das tardes
as lembranças de nossos beijos
ao crepúsculo, o soprar do vento,
e as palavras de amor, fica tudo, tudo.
Então não chores, meu bem
porque parto carregando a dor
que ninguém, ninguém mais temporque nunca souberam o que é te amar
quinta-feira, janeiro 12, 2006
A SACADA
Na sacada escura de um casebre
A alva moça se quedava triste
Trazendo ao colo murchas flores
De um amor que à brisa leve
Sem dizer adeus partiu.
Foi-se ele a flutuar no rio
Sobre uma canoa a tremer de frio
Como um animalzinho sem seu rebanho
A vagar ao léu e assustado
Sem da lua alheia ter a luz
Nem da lamparina o fogo tênue
A consolar-lhe o coração
Com’um ardente bálsamo
Na negrura torpe de tão torpe pântano
Entre árvores lúgubres e ervas mortas
Sumiu-se o noivo a olhar a sacada triste
Onde vira seu último amor.
À partir de então, naquele casebre
De sofreguidão e lágrimas
A triste moça, de ebúrnea pele
Sentou-se silenciosa e pálida
E lá ficou trazendo ao coloAs murchas flores de seu grande amor.
quinta-feira, janeiro 05, 2006
(e)tern(a)idade
Ah, morrer! Mas logo agora quando a vida se descortina ante os olhos extasiados da juventude? Quando a seiva da força, da beleza, do amor se derrama por sobre os negros cabelos e a alva face? Não! Se das plagas antigas pudessem os heróis retornar, se do Penedo Prometeu fosse arrancado, libertado das correntes, era a vida que dariam aos homens.
A caixa de Pandora foi a tempo selada para que dela não fugisse a esperança; Na hora fatal, um vento vindo do Altíssimo abriu o mar em duas paredes distintas fazendo sucumbir sob suas águas impiedosas as bigas e os cavalos do faraó; para escapar ao malévolo rei, asas apareceram nas costas do filho de Dédalos para que ele voasse e às estrelas s’erguesse.
Morrer! NÃO! agora que as músicas e as danças percorrem os dias, em que a terna idade e a eternidade se confundem; quando as criptonitas são dissolvidas e nos tornamos os super-homens além da vida e dos gestos e das coisas que nos cercam. NÃO poeta! Agora é a hora de viver, de descobrir no céu a imensidão infinita que nos não pode conter; é hora de tremer de amor e sorrir de alegria insana; de ver na noite que cai e não as sombras e a escuridão, mas as estrelas que rutilantes acendem os céus, a lua que se derrama sobre os mares em luz de Jaci.
É hora de parar e escutar o som dos pássaros e a calma das ondas quebrando contra as pedras. Quando a noite cai, é a hora não de morrer, de dar o último suspiro, mas de escutar o doce som das batidas leve do coração, que pulsa em vida, que chama a vida, que arde de amor.
quarta-feira, janeiro 04, 2006
a um poeta
Um brinde, um brinde aos que sonham!
mas não o tenhamos em taça de crânio humano, dele não restará nem o pó! um brinde, seja um brinde feito de coração, de veias, de artérias e de sangue escorrente!
Cujo sabor nos vicie, nos delicie nos poetize, nos embriague.
Desse vinho bebamos, nos encharquemos, andemos como ébrios a gritar nas ruas!
Andem, venham, brindemos!
deixai escorrer pela boca a vermelhidão luxuriante do amor.
Cantemos!
Tragais em cordas as suaves melodias da ternura, inundemos o ar de salmos.
Dancemos!
façamos da vida um grande palco onde os atores não sejamos nós apenas, mas nós mesmos e todos envolvidos, vestidos, cobertos de sentimentos.
Venhamos, façamos um brinde à vida!
mas não o tenhamos em taça de crânio humano, dele não restará nem o pó! um brinde, seja um brinde feito de coração, de veias, de artérias e de sangue escorrente!
Cujo sabor nos vicie, nos delicie nos poetize, nos embriague.
Desse vinho bebamos, nos encharquemos, andemos como ébrios a gritar nas ruas!
Andem, venham, brindemos!
deixai escorrer pela boca a vermelhidão luxuriante do amor.
Cantemos!
Tragais em cordas as suaves melodias da ternura, inundemos o ar de salmos.
Dancemos!
façamos da vida um grande palco onde os atores não sejamos nós apenas, mas nós mesmos e todos envolvidos, vestidos, cobertos de sentimentos.
Venhamos, façamos um brinde à vida!
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