terça-feira, abril 21, 2009

Castelos de areia - Para V.B.M

Eu sei fazer castelos - de cartas, de ventos, de areia e canções,
Faço-os como quem brinca na beira da praia ao amanhecer,
Como quem experimenta a vida e vive, acanhado, as emoções
Que vêm de longe, de perto, de dentro da gente -
Emoções do brilho das estrelas, da maciez das rosas e do cheiro do alfinete quando floresce.

Uma noite dessas, pus meus castelos sobre um barco sob a lua
E fiquei vendo de longe o que os ventos e a chuva fariam.
Uma noite dessas, vi meus castelos ruindo aos poucos no vento
Enquanto eu observava de longe, do outro lado da rua.
Meu amor é como um castelo de areia em meio à ventania.

Eu falo de sonhos naufragados e de ilusões perdidas,
Mas não lhe conto dos olhos mareados nem do peito intumescido:
A chuvarada da noite encobre tudo – pranto e riso.
Blem bem blem bem blem bem blem bem blem bem bem
É o sino na noite escura, pedindo ao meu bem que volte;
É meu coração triste desejando de seu amor a quentura.

Canto notas em tom menor porque elas sabem falar da dor no peito.
Deixei de lado os colibris e o rouxinol porque são sempre encantadores.
Sei que na vida tudo passa, e que nada, verdadeiramente nada,
Dura para sempre.
Mas enquanto a vida vai se fazendo de alegrias e dores
Com meus olhos molhados da chuva e meu peito ardente,
Eu fico parado do outro lado da rua
Vendo meus castelos e meus amores serem levados pelo vento.

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domingo, abril 05, 2009

Minha vida / My life

Alegrias contidas e lágrimas abafadas no peito -
A solidão tem dessas coisas.
Às vezes a gente fala sozinho para fingir que tem companhia,
Às vezes a gente ri baixinho para trazer à mente um resquício de alegria.

Tem vezes que pareço o atleta na tela de Zamuel Hube:
Correndo sozinho no meio do campo ermo,
De braços abertos como se vencesse o mundo inteiro
Enquanto a cidade, ao fundo, o olha amontoada e à distância.

Queria tirar essa tristeza do meu coração -
Dêem-me uma varinha daquelas de contos de fadas
E uma fada madrinha que transforme minha abóbora em avião.
Um dia eu achei o amor da minha vida, mas o amor da minha vida não me viu;
Foi-se embora, partiu! e os meus dias todos foram maçadas.

De caminhar pela vida de coração partido e de de sorrisos no rosto,
Sentei-me à beira do rio de águas cristalinas que roçavam os seixos
E refletiam o esboço do que eu sou.
De lá, vi o céu azul ficando cinza ficando azul;
De lá, vi meus sonhos correndos de capas verdes, de vestido nu.

Minha vida é feita de vapores e de água corrente,
É uma pena caindo da árvore ao chão lentamente
E sendo soprada pelo vento antes que a terra a acolha.

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Restrained happiness and tears choked back in the chest -
Solitude is like this sometimes.
At times we speak to ourselves pretending we have company,
Sometimes we laugh in hushed tones to bring to mind some faded contentment.

There are days when I feel like the athlete on a canvas by Zamuel Hube:
Running alone in the middle of a deserted field,
With arms wide open as if he had conquered the whole world
While the city, on the back ground, cramped and aloof looks at him.

I wish I could take this sadness away from my heart -
Give me one of those fairy-tales wands
And a fairy godmother to transform my pumpkin into an airplane.
One day I found the love of my life, but the love of my life didn't see me;
It went away, disappeared! and my days were all hardships.

Of walking through life, with a broken heart and a smile on the face,
I sat by the river of pure waters that gently washed the pebbles
And reflected the faint image of what I am.
From there, I saw the blue sky become gray become blue,
From there, I saw my dreams in a green cape, in a naked dress running through.

My life is made of vapor and running water
It's a feather slowly falling from the tree
And being blowed by the wind before the earth cuddles it. 

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