domingo, maio 10, 2009

Perdido

De tanto amar-te, meu coração virou um rio
E entre afluentes, corredeiras e precipícios
Ele perdeu-se no caminho - eu me perdi!
Pedi a Deus que me fizesse anjo, ave voando -
Que me desse um ninho!
Mas ai!, malgrado meu, Deus ainda não me ouviu.

Há dias em que as estrelas não brilham
Nem a lua nasce no horizonte escuro;
Em que eu não tenho norte, nem sul, nem rumo
E minha estrada é calçada de inúmeras perguntas sem respostas.

Queria me jogar no mar e esperar suas águas profundas
Me envolverem naquele silêncio de mar,
E quando estivesse descendo a me afogar, tu viesses do nada
E me levasses de volta à tona pela mão.
Queria descer no vazio silencioso do mar
Só para ver se tu virias correndo salvar minha ilusão.

Mas temo que ficaria só na imensidão de oceano que é a vida.
Porque os amores todos nascem mesmo é na solidão,
E lá eles se criam e se desfazem e se refazem
Nessas invenções que geramos dentro de nós na busca de sermos completos,
Nessa desvontade de abrirmos mão do que um dia quisemos ter
- É justamente quando o coração se perde e nos sentimos como rios
Que se afogam no meio do mar.

VISITE: http://www.marciowaltermachado.com.br/

3 comentários:

Anônimo disse...

Lindo, lindo....

Ilé Africano Iansa e Ogum disse...

Eis um grande poeta!!
Adorei o poema.
Wanda Ayala

Déia Poeta disse...

Nem todo amor é de novela,daquela forma que esperamos que o amado adivinhe o nosso pensamento, ou de forma repentina nos encontre, tenho uma poesia que falo que o pricipe encantado desencantou.
Muito boa a sua poesia,
obrigada!

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