Não sei!
Mas sinto as palavras que digo que sinto - talvez.
Nelas vou me expondo, me revelando, me desnudando
Na esperança de alcançar você.
Mas ninguém alcança ninguém - nós é que nos fingimos alcançados.
Somos metáforas de amor, epístolas de ilusões, espelhos forjados
De paixões, truques realizados no escuro secreto da alma.
Somos aforismos reprodutores de espectros passados.
Outro dia olhei você nos olhos e pensei:
"Não conheço nada sobre ti, és um livro lacrado com o selo dos anjos.
Mas posso fingir que sei quem és, e posso, eu também, forjar ilusões".
Então me recitei em poesia e cantos - e você sorriu
Com aquele sorriso lindo derreando seus lábios, mostrando os dentes brancos.
A palavras que usei foram bem calculadas, para você sorrir mesmo,
E me deixar entrar de mansinho nesses abismos profundos de seu coração.
Quis criar mais uma ilusão, gerar imagens fictícias em sua mente
Que levassem você a se projetar em mim - e me querer.
Não sei se as palavras dizem o que sinto -
Mas me sinto em todas as palavras que digo que sinto
Quando falo com você.
Um comentário:
Você conseguiu nesse texto juntar intensidade com leveza...Perfeito!
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