quarta-feira, maio 14, 2008

PARIS HILTON E A PLEBE ROUGE

Hoje à tarde, indo de casa para o trabalho, tomei um daqueles coletivos onde se tem dois monitores tipo TV pendurados - esse tipo de veículação informativa é chamado de MIDIABUS - no teto no intuito de entreter e informar os passageiros.
Como estava sentado bem de frente a um dos monitores, pude absorver quase todo aquele dilúvio de informação despejado sobre mim como uma onda comunicativa dessa era tecnológica na qual, malgrado nosso, estamos afundados.
Passei por volta de 40 minutos dentro do ônibus, lendo, vendo e ouvindo o que a tecnologia podia me dar para enfrentar os engarrafamentos, esquecer o medo de ser assaltado e deixar para depois os problemas do dia-a-dia.
Nesse tempo, de olhos grudados na tela, o que vi foi um show de publicidade GRATUITA para uma das mais inúteis e fúteis personalidades que já vieram a este mundo: PARIS HILTON. Foram 10 minutos de informação detalhada sobre a vida da "patricinha mais amada dos EUA", cuja fortuna beira os.... milhões de dólares, cujas fotos rederam... que foi cotada para fazer o papel de madre Tereza de Calcutá no cinema... que isso, que aquilo... mais de 10 minutos de informação inútil sobre a vida fútil de PARIS HILTON, uma figura que 90% dos passageiros daquele coletivo jamais tinha ouvido falar - mas todos, inclusive eu, prestavamos atenção de todo ouvido, olhos e comentários a respeito.
Nada contra ter 10 minutos de informação inútil e narcótica sobre PARIS HILTON dentro de minhas 24 horas de existência diária, mas, no momento em que a América do Sul está se tornando um barril de pólvora com Evo Morales de um lado, Hugo Chavez de outro, panelaços na Argentina, preço do combustível subindo, inflação, metrô de Salvador há 10 anos para ser construído, Lula querendo um terceiro mandato etc, eu me pergunto qual seria mesmo o papel dessa SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO na qual estamos inseridos...


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